terça-feira, 1 de março de 2011

A praia na menina

Ao leve soprar do vento
Olhar curioso, atento.
As ondas que vem e vão
A pele na areia, a areia na mão.
O sol quente que abraça também queima
A menina que teima.

Ela olha ingênua, procura atenta.
Sente, gosta, sorri.
Ansiedade aumenta.
Chão de areia,
Olho com a onda,
Ouvido com o vento.

O mar ressona, o canto do vento,
Que tampouco lento,
Faz dançar os cabelos da menina.
Ah, doce menina!
Tão sozinha, tão pequenina
Mas que nos pequenos pés
Trás marcas de quem sabe o caminho
De volta para casa.
E, sorrindo, despede-se do mar.

Vida Maldita

Vida para não vivê-la.
Tão bela e intocada,
Para ser olhada e nunca tê-la.

Ah, cruel! Vida tão cruel!
Sutil bicho feroz,
Que ataca lenta e dolorosa.
Ah, vida cascavel!

Tão medíocre tal comparação,
Que mesmo quase unânime constatação,
Tão banal exclamação,
Ainda assim, medíocre afirmação.

Tal que vida não morre,
Não como cobra cascavel
Que mesmo sem pernas, instintiva, corre.
Vida de instinto delicado, planejado, ensaiado.
Que mesmo coreografado
Tão bruscamente é mudado,
E para a vida, novo rumo é tomado.

Vida domada por poucos,
Conhecida por poucos,
Usada por poucos.
Poucos aqueles que riem da maioria,
Mortais de alma
Que da vida desconhecem e, todavia
Sobrevivem.